HERÓIS ANÔNIMOS PROMOVEM ONDA DE SOLIDARIEDADE CONTRA O CORONAVÍRUS

herois PMB
Profissionais atuam em reformas e manutenções prediais do Vale do Rio Pardo

Santa Cruz do Sul, 30 de abril de 2020 - O isolamento social é necessário para conter a proliferação do coronavírus, mas para algumas iniciativas, sair de casa pode ser permitido, principalmente se for em prol da solidariedade, como doar sangue e ajudar na melhoria da comunidade onde se vive. Em grande parte das vezes, a ação individual de uma empresa, ONG ou cidadão dispara um processo que atrai novas contribuições e gera um impacto muito maior do que o previsto inicialmente. 

Para um grupo de colegas de trabalho da região do Vale do Rio Pardo, colocar a mão na massa aconteceu depois de muitas trocas de mensagens para se discutir formas de colaboração com a comunidade. É o caso de Mauro Heck, engenheiro de Produção, que utilizou sua experiência em outras ações voluntárias para sugerir que a mão de obra especializada de todos do grupo, composto principalmente por profissionais das áreas mecânica e eletrônica, fosse oferecida aos hospitais da região - Hospital Ana Nery e Hospital de Santa Cruz do Sul, ambos na cidade de mesmo nome,  além do Hospital de Vera Cruz e Hospital de Sinimbu.

“Tudo começou com um questionamento no grupo: como podemos colaborar com a comunicade? Influenciados pelos noticiários, pensamos em desenvolver equipamentos médicos, mas logo vimos que as necessidades eram urgentes e não poderiam esperar”, conta. 

Dois Hospitais aceitaram a ajuda e receberam manutenção preventiva do sistema de gases de sete salas cirúrgicas (Hospital de Santa Cruz do Sul), com conserto de todas as tubulações de gases que apresentavam vazamentos, de substituição de mangueras, conectores e outros ajustes, além da entrega de um vestiário que será usado pelos profissionais do Hospital de Sinimbu, proporcionando a estes profissionais mais conforto. 

“Eu me sinto privilegiado de fazer algo que, para mim, é bem simples, mas que contribuirá para o bem estar de várias pessoas nesse momento”, descreve Luciano Coan. Engenheiro mecânico, ele teve a oportunidade de trabalhar nas duas iniciativas dos prédios hospitalares. “Foi uma experiência muito rica. Em apenas um dia, fizemos a diferença usando nossos conhecimentos e talento profissional para beneficiar dezenas de pessoas”, conclui. 

“Em  Sinimbu, o Hospital não tinha um vestiário e os profissionais de saúde tinham que ir até o segundo andar do prédio para a higienização, troca de roupas e colocar os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). A partir de agora, podem fazer tudo isso sem riscos de contaminação no Hospital, uma construção antiga de 85 anos. Tenho muita gratidão por fazer parte do grupo e voltar a fazer um trabalho voluntário, algo que não fazia há algum tempo. A correria do dia a dia nos faz esquecer que todos podem e devem ajudar”, conclui Mauro.

“O entusiasmo do grupo é geral. Ficamos felizes de colocar nosso tempo e esforço a serviço da comunidade. É um sentimento de orgulho e pertencimento de poder sair um pouco de nossa rotina e ir para um Hospital se colocar à disposição e ser útil”, destaca Samuel Koch, engenheiro de Produção, que coordena as ações. De acordo com ele, outras frentes de atuação estão sendo pesquisadas, algumas delas em parceria com a Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), uma instituição parceira da Philip Morris Brasil, empresa onde todos trabalham e que liberou os voluntários para as atividades, compreendendo a importância da iniciativa.

O grupo está de prontidão para outras demandas. O Hospital de Vera Cruz já manifestou interesse em contar com outros serviços e o de Sinimbu sinalizou mais uma demanda de obra de pequeno porte. Dentro das possibilidades, o trabalho poderá ser ampliado para cidades próximas, desde que uma avaliação prévia rigorosa indique que os conhecimentos dos profissionais atendem às necessidades dos espaços e que a as exigências de segurança de todos os envolvidos sejam atendidas, fator cuidadosamente avaliado para que não haja riscos de exposição a doenças.

Mas uma coisa é certa: todos acreditam que o grupo pode se manter ativo mesmo após a pandemia. “Esta experiência nos mostrou o quanto podemos ser úteis à sociedade. Basta querer ajudar. Além disso, abre nossos olhos para enxergarmos o outro e o que está acontecendo a nossa volta. A segurança do grupo é primordial e levamos isso a sério, mas estender a mão em prol damelhoria da comunidade, tem feito nossos olhos brilharem”, enfatiza Samuel.

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